Por vários anos eu estive envolvido com o mercado de startups, aprendendo sobre essa nova forma de realização empresarial e, por que não, de enxergar o mundo. De tudo o que eu aprendi com as feiras promovidas pela Startse, Startup Weekend, independentes e várias outras, o que mais se sobressai é a própria natureza desses empreendimentos: as startups não são os negócios, não são as empresas, as tecnologias e nem mesmo o CEO por trás das ideias inovadoras. Elas vão muito além disso.
Escrevi este artigo para tentar ilustrar o que exatamente eu aprendi e elaborar mais sobre essa conclusão, tentando acima de tudo responder as questões fundamentais que as Startups trazem: o que são de fato as startups? O que elas proporcionam? No que se estabelecem?
Todas essas respostas você encontra durante o texto. Vamos começar?
Startups X pequenas empresas
Na teoria e no campo da semântica, uma startup é, de fato, uma empresa que, por estar emergindo e por não ter um budget comparável à empresas maiores, é pequena. Porém, a semelhança entre as duas termina exatamente aí.
Os processos de planejamento e as aspirações das startups são bem diferentes daqueles realizados pelos microempresários, que muitas vezes procuram um nicho de mercado ao qual eles se adaptam bem e a partir daí realizam um trabalho longo para manter a pequena empresa funcionando. Basicamente, trabalha-se para a sobrevivência do empreendimento.
As startups, por sua vez, miram alto e longe, buscando em inovações e em um mindset voltado para a descoberta e o sucesso formas de causar grandes impactos pelo mundo. Questões de idealismo à parte, uma das coisas que eu aprendi com startups é que mudar o mundo gera receita.
Mas como tirar essa atitude visionária do papel?
A jornada das startups
Tudo começa com uma mudança de mindset. Você precisa fazer é identificar o que você realmente gostaria de fazer, o que é necessário para que isso aconteça e o que te impede de realizar tudo isso.
Nós somos condicionados a um pensamento de sobrevivência, mas somente um mindset progressivo te leva ao nível de consciência necessário – claro, objetivo, direto – para criar uma startup de sucesso.
Na prática, as startups passam por uma jornada que pavimenta toda a estrutura do seu caminho de sucesso. Ela se dá em quatro momentos:
- Hipótese: também chamada de ideação, é nessa etapa em que se identifica uma ou mais necessidade e a solução em potencial que ela possui. É nesse momento que o mindset progressivo e assertivo fala alto, mostrando as vantagens de se aprender com os erros.
- Validação: Identificada a necessidade, é hora de abordar os aspectos práticos do negócio, construir ou desenvolver protótipos e procurar funding e começar a vender
- Negócio: O negócio já deve estar preparado e lançado, com uma estrutura bem definida, UX estruturada de acordo com as personas dos clientes e um trabalho voltado para o crescimento. Normalmente, é aqui onde a maioria das startups decola ou se desmancha.
- Escala: Nessas horas entra em prática o grande diferencial das startups, o seu retorno para a comunidade em geral, impulsionado por um motor de vendas. O importante é que o cliente te encontre pelos seus ideais e pelo que você representa, e identifique o seu produto como algo indispensável para a sua vida e para a de todos.
As receitas de sucesso que aprendi com startups
Uma das coisas que eu aprendi nesse cenário de startups, visitando eventos e conhecendo feiras que traziam pessoas de todas as partes do mundo foi justamente a necessidade de se fazer algo, começar, sem ter medo dos erros. Um dos pontos fortes do mindset voltado para o sucesso é a capacidade de cair em pé e sair correndo.
Quando perguntam porque o Vale do Silício é tão proeminente no mundo das startups, a resposta que dou é quase sempre a mesma: lá, a cultura de desenvolvimento está fortemente marcada pela necessidade de realizar, criar e construir, ao mesmo tempo em que os erros e os riscos são meras distrações.
Os erros são comuns, e servem como aprendizado. O mindset verdadeiramente positivo não tem medo de errar pois assume riscos, e uma vez que eles são aceitos a possibilidade do erro é sempre presente. Não ter medo de errar, mas até mesmo apreciar os erros, é um dos primeiros passos para o sucesso com startups.
Também aprendi que, assim como não ter medo de assumir riscos é importante, começar a tomar ações é muito necessário. O empreendedor de startups está preocupado com o melhor aproveitamento de oportunidades, quer ele conheça bem o que ele está fazendo ou não. Sempre há espaço para aprender, e a experiência é o melhor professor.
Para te ajudar no caminho, sempre há pessoas por perto, e isso é ótimo. A megalomania é um problema sério, e você precisa entender que é humanamente impossível saber tudo, e criaturas sobre humanas só existem nos filmes. Se um dia a sua startup revolucionar o mundo com uma nova tecnologia de realidade virtual, quem sabe? Mas no nosso mundo real nós ainda precisamos de pessoas ao nosso lado para criar melhor.
E falando em pessoas, não esqueça as que estão do outro lado da conversa, seus clientes. Você precisa entendê-los e saber onde buscá-los, algo que pode ser facilmente resolvido aplicando os conceitos de buyer persona do marketing inbound.
Você precisa saber quem seus clientes são, pois por mais que as suas necessidades como seres humanos são as mesmas de todos, as tecnologias para encontrá-las e instigá-las normalmente tem grandes variações para quem tem um olhar ótimo para detalhes.
As vezes, tudo isso que eu aprendi com startups pode ser resumido nisso: sempre procure, e enquanto procura, preste atenção aos detalhes. Seu caminho está só começando. Boa viagem.
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